Cavalhada - Malhada/1980
Na foto temos alguns cavaleiros que faziam parte da Cavalhada de Santa Cruz.Essa foto foi tirada em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.Segundo as depoentes Dalva Farias dos Santos e Maria de Cornélio:A Cavalhada de Santa Cruz acontecia juntamente com os festejos de Santa Cruz,e já ocorria desde a década de 1940.
O Dicionário do Folclore Brasileiro, de Câmara Cascudo(1962), registra CAVALHADA como desfile a cavalo, corrida de cavaleiros, jogos de canas, jogo de argolinhas.De origem ibérica, a cavalhada ou argolinha recorda os torneios equestres medievais. Chegou até os romanos, que a tinha como parte das procissões cívicas, triunfos e festividades sacras, depois a Portugal e, daí foi importada para o Brasil.
Faziam parte das festividades cívicas e religiosas e, alguns anos depois, dos nossos costumes e folguedos populares. A cavalhada também podia, independente dessas festividades, ser uma festa em si mesma já que acontecia durante vários dias.
Com características trazidas da Europa – desfile de cavalos, corridas de cavaleiros, jogos de canas, manequim, manilhas e argolinhas –, a cavalhada espalhou-se pelo Brasil, principalmente nos estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Goiás.O torneio é dividido em três partes, obrigatoriamente nessa ordem: visita à Igreja, corrida de argolinhas e escaramuças.
A visita à Igreja ocorre quando os cavaleiros, devidamente paramentados, marcham, em dupla fila, na cadência do som da orquestra regional de pífanos e zabumba, conhecida como “Esquenta Mulher”. Em frente à Igreja, eles iniciam o ritual de saudação: tiram os chapéus, benzem-se em frente ao mastro e á igreja como sinal de reconhecimento pela religião que escolheram. Descem de seus cavalos e vão até o altar onde colocam seus buquês com os pedidos ao padroeiro para que o torneio tenha sucesso.Ao fim do ritual de saudação, seguem para o local destinado ao torneio. Ali, a galope, ao se aproximarem das pontas ou fim da pista, dão três voltas por dentro e três voltas por fora dos postes.
O torneio da cavalhada se encerra com a Retirada: os pares seguram mutuamente às rédeas, fazem um desfile em frente ao palanque e, em sinal de gratidão, agitam os chapeús na direção do público. Em algumas cavalhadas, existindo ou não uma procissão, faz-se o Agradecimento, onde o primeiro matinador, diante da Igreja , agradece e abraça todos os companheiros pelos serviços prestados. No início da noite, os cavaleiros recolhem-se às suas casas.
Ainda segundo as depoentes citadas,em Malhada a Cavalhada acompanhava, a Procissão de Santa Cruz,assistiam a missa e em seguida partiam para a realização da Corrida de Argolinha.Na sua maioria os cavaleiros eram de Malhada,Curralinho , Pedrinhas e Tomé Nunes.
De 2005 para cá,a Cavalhada continua acontecendo,todo dia 12 de outubro,em louvor a Nossa Senhora Aparecida,onde cavaleiros vindos de todo o município,participam da Procissão,da Missa e em seguida encerram com almoço a todos os participantes.
È interessante notar que o ritual de cavalhada também acontece na comunidade malhadense quilombola de Parateca nos festejos de Nossa Senhora Santana,como ritual religioso tradicional que perpassa gerações e gerações.
Foto do acervo pessoal de Florisvaldo Magalhães da década de 1980
Texto sobre Cavalhada no link:
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Acervo pessoal de Florisvaldo Magalhães |
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