Contrato de Professoras-1923
A imagem mostra a cópia de um contrato para " professoras" da década de 1920.
Para complementar essa postagem recorremos aos depoimentos de duas pesquisadoras:Mestra Mara Rocha e sua amiga Máyda Zanirato(São Paulo),publicados no face:https://www.facebook.com/josedalvafarias do dia 24/02/2017 e foram reproduzidos logo abaixo:
Contribuições de minha Mestra Mara Rocha:
“Procede.... as professoras dessa época, não podiam casar,
sendo que a maioria era solteira, pois as elites achavam que mulher dona de
casa e trabalhando fora, não poderia conciliar as tarefas...muitas eram mal
pagas e mal amadas, solitárias, por serem solteiras. Referendando a imagem de Bruxa e
feia entre os alunos. Mary del Priori escreveu sobre a feminização do trabalho
docente....seu livro tem como título : Mulheres na Sala de Aula, Editora Contexto, 1997”.
Contribuições de uma amiga da Mestra Mara Rocha: Máyda Zanirato
“Há pouco mais de vinte anos, eu ia desenvolver um trabalho
sobre isso na pós que acabei não fazendo. Sobre isso de as professoras terem
sido as primeiras trabalhadoras no país que foram morar fora de casa por sua
conta e risco, longe da tutela de pai ou irmão. Faltavam professores nas
cidades do interior em que não havia cursos de formação, o antigo Curso Normal.
A primeira profissão feminina propriamente dita, foi de tecelã, mas saíam do
trabalho e voltavam para casa. Professoras, não: foram as primeiras a saírem de
casa, morarem em sua maioria, em outra cidade, para terem uma atividade
remunerada, até pelo menos o ínício da década de 1960. Isso de viverem "
fora de casa" incomodava: lembrava a relativa liberdade de prostitutas.
Mulheres que iam lidar com filhinhos de frequentadores de bordéis deveriam
estar associadas a alguma figura familiar de respeito. O dilema criado pedia
uma saída: Daí a necessidade de vincularem uma certa imagem materna, ou de tia, para
amenizarem a comparação com a atividade remunerada feminina conhecida até
então: a de prostitutas, de quem os pais dos pimpolhos eram clientes... Na
cidade do interior onde eu morava, eram mal faladas. " Não se sabe de onde
veio", ouvi certa vez de uma das comadres da minha mãe, se referindo a uma
professora. Por outro lado, como o salário era atraente, eram vistas também
como bom partido. O casamento redimia a imagem. A mulher sem a figura masculina
ao lado incomodou sempre, creio que incomoda até hoje”.
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