Enchente em Malhada/Bahia-Ano de 1979
O “Velho Chico” é um rio dócil, de águas tranqüilas que
descem da Serra da Canastra, em Minas Gerais, percorrendo das suas nascentes
até o Oceano Atlântico com 3.161 quilômetros, abrangendo 640 mil quilômetros
quadrados de bacia hidrográfica do São Francisco, envolvendo os Estados de
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além de Minas Gerais e parte do Estado de
Goiás.
Correndo no seu curso natural em extrema lentidão, numa
velocidade que oscila entre 0,70 cm a 1,10 metros por segundo, o “Velho Chico”
parece está dormindo o tempo todo. Em alguns trechos a sua velocidade não
atinge nem 7 quilômetros por hora, principalmente na região do Sub -Médio São Francisco, entre Juazeiro-Ba e Pirapora-MG. Entretanto,
periodicamente, a cada 3 décadas, ele
desperta do seu sono transbordando e elevando o seu nível em até 10 metros em
sentido vertical e, sem dó, invade as cidades ribeirinhas . Geralmente, as
chuvas, nas cabeceiras do "Velho Chico", caem entre outubro e
novembro de cada ano, fazendo as águas do rio se avolumar e ficar barrentas.
Somente a cada 30 anos o lençol de suas águas engrossa, subindo os barrancos
das margens, invadindo as caatingas e fazendas de forma feroz e dominadora,
causando o desabrigo de milhares de pessoas. Dessa forma as cidades são
invadidas pelas águas do “Chicão”, sofrendo grandes prejuízos materiais. As cheias,
que estão fortemente presentes no histórico climatológico. Esses fatos marcantes ocorrem em todos os trechos da bacia do Rio São Francisco. Dentre
as várias enchentes ocorridas as principais foram as do ano de 1919, 1925,
1943, 1946, 1949, 1979, 1982, 1992 e 2004 (ANA et all, 2004),sendo que a mais
impactante para a população malhadense
foi a de 1979 , onde houve um aumento considerável no índice de
precipitação no mês de janeiro e fevereiro. Ela chegou alagando e devastando
léguas e léguas de lavouras de suas margens, matando gente e bicho, e
destruindo o progresso, desabrigou todas as famílias que moravam em Malhada. A
cidade de Malhada
está localizada na
região nordeste do
Brasil, mais especificamente no sudoeste da Bahia, á margem direita do rio São Francisco, inserida
na região do Médio São Francisco. Teve
sua origem graças ao intenso transporte fluvial, que marcou a navegação do rio
São Francisco no século XX, servindo inicialmente como ponto de currais para
abrigar e transportar o gado, via Bahia X Minas ou vice-versa. A última
enchente mais catastrófica aconteceu há 39
anos atrás, ou seja, em 1979, quando na ocasião o rio inundou além de Malhada,diversasas
cidades ribeirinhas e destruiu e levou ao
desabrigo mais de 250 mil
pessoas. Essa foi a maior enchente do
São Francisco , em que atingiu mais de 10 metros em sentido vertical.
Semelhante à enchente de 1979 foi a que ocorreu em 1919, quando o "rio de
barbas brancas" elevou-se a 9 metros e 80 centímetros acima do seu nível
normal. Em dias de pique das enchentes do rio, o nível das águas sobe com uma
rapidez espantosa atingindo até quatro metros em sentido vertical em uma só
noite.
Às vezes, quando o “Velho Chico” transborda no ano que
termina em nove, historicamente a enchente do rio volta a acontecer sete anos
mais tarde, como a que ocorreu em 1926, que atingiu 9,67 metros, como também,
em 1946, quando o "Velho Chico" voltou a se zangar pela quinta vez,
subindo 7,68 metros do seu nível normal. A sexta grande enchente se deu em
1949, quando o rio voltou a subir 8,82 metros. Em 1979 completou a sétima
grande enchente. A oitava enchente aconteceu em 1982, que atingiu um pouco
menos de 8 metros de altura.
A nona enchente do Velho Chico foi
em 1992,nela 95% da população malhadense teve que desocupar a cidade. Ainda
tivemos uma elevação das águas do Rio no ano de 2006, que desabrigou muitas
famílias ribeirinhas.
Na foto temos a enchente do Rio São
Francisco no ano de 1979 que inundou nossa cidade, no trecho do Largo Vereador
Francisco Querino, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário.A Rural que aparece em frente a igreja era do Senhor Osvaldo Chapéu.
Depoente Hugo César e Foto de Bianca Ferreira
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| Foto de Bianca Ferreira |
Referência: Adaptado do texto base de Josélia Maria disponível
em:
Acesso em :07/05/2017
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