Festa e Procissão de Nossa
Senhora Aparecida
A celebração de Nossa
Senhora Aparecida remonta ao século XVIII. No ano de 1717, o governador da
Província de São Paulo e Minas Gerais, D. Pedro de Almeida e Portugal, passaria
pela cidade de Guarantinguetá, no interior de São Paulo, rumo à Vila Rica, hoje
cidade de Ouro Preto (MG). Os pescadores João Alves, Filipe Pedroso e Domingos
Garcia foram convocados para assegurar a pesca que seria servida ao governador.
Os três partiram para as águas do Rio Paraíba, onde, a princípio, nada
encontraram. Seguiram para o Porto Itaguaçu. Lá, João Alves jogou sua rede. Ao
puxá-la de volta, viu presa no emaranhado de fios o corpo de uma estátua sem
cabeça. Jogou a rede novamente e encontrou a cabeça dessa mesma imagem (a de
Nossa Senhora da Conceição), feita de terracota, de cor escura. A partir de
então, a cada lançamento de rede, a pesca foi abundante. Os pescadores viram
suas canoas repletas de peixes e logo suspenderam a pescaria para não afundarem
seus barcos. Durante os 15 anos seguintes, a imagem permaneceu com a família de
Felipe Pedroso. Os vizinhos iam até lá para rezar e prestar homenagens. A
devoção cresceu com o passar do tempo, assim como o número de visitantes no
local. Não tardou a surgir relatos de graças alcançadas por fiéis que rezavam a
Nossa Senhora Aparecida. Para abrigar o grande número de pessoas que vinham ver
a imagem da santa, foi necessário construir, com o passar do tempo, novos
locais de visitação. A princípio, foi feito um oratório, em seguida, uma
capelinha. Até que foi necessário erguer uma capela maior. O local escolhido
foi o Morro dos Coqueiros, o mais alto nas margens do Rio Paraíba e, em 1745, a
capela estava construída. Para lá foi levada a imagem da santa, já chamada “de
Aparecida”, em função do local onde foi abrigada.
Assim, Aparecida tornou-se
um local de peregrinação para fiéis de todo o Brasil. Em 17 de dezembro de
1928, a cidade que formou - se ao redor do Morro dos Coqueiros e oficializou-se
como município. No ano seguinte, Nossa Senhora foi proclamada padroeira oficial
do Brasil por determinação do Papa Pio XI1. Após várias mudanças em sua data de
comemoração, o dia 12/10 foi oficialmente escolhido para celebrar a santa.
Acredita-se que sua imagem tenha sido descoberta em meados do mês de outubro.
Além de São Paulo, diversos municípios participam das comemorações em louvor a
Padroeira do Brasil, principalmente os locais banhados por rios e mares, entre
eles Malhada, no Estado da Bahia. Segundo depoentes, a primeira imagem de Nossa
Senhora Aparecida que chegou em Malhada, foi trazida por Dona Naninha(In
Memorian),mãe de Dona Carmita(In Memorian)de São Paulo na década de 1960.De lá
prá cá, a devoção a Nossa Senhora Aparecida, popularizou-se incentivada pela
Consagração a Nossa Senhora Aparecida feita pelo Redentorista Padre Vitor Coelho(1899-1987)
via Rádio Aparecida. Padre Vítor trabalhou com muito zelo nas
Santas Missões, na Rádio Aparecida e no Santuário de Aparecida desde o início
da Década de 1940. A devoção a Nossa Senhora Aparecida foi a força de sua
piedade pessoal e de seu zelo na prática da vida religiosa. Tornou-se muito
admirado pelo povo, especialmente dos devotos de Nossa Senhora Aparecida. A
partir da década de 1950, em Aparecida, Deus lhe indicou um novo
caminho de ser missionário: o anúncio da palavra de Deus no Santuário e na
Rádio Aparecida. Iniciou, então, sua missão de pregador carismático da palavra
convertedora aos romeiros. Incentivou a fundação da Rádio Aparecida, e desde
sua fundação em 1951, foi sua voz profética durante 36 anos. A audiência cativa
de seus programas era enorme. Padre Vítor faleceu em plena atividade
apostólica, em Aparecida, no dia 21 de julho de 1987, aos 87 anos de vida. Em
Malhada ,segundo depoentes, a partir da década de 1970,iniciam-se as comemorações voltadas a devoção a Nossa
Senhora Aparecida, incluindo nas Novenas, Consagrações, procissões nas ruas
malhadenses, ligadas aos Festejos de Nossa Senhora do Rosário. Foi no ano da
Grande Cheia (1979) que Dona Carmita (In memorian),juntamente com alguns
pescadores e lancheiros organizam a Procissão em Louvor a Nossa Senhora
Aparecida, pelo Rio São Francisco, usando balsas, lanchas e barcos ,encerrando
com a tradicional missa em Malhada. E assim, todos os anos, milhares de fiéis
chegam a Malhada, todo dia 12 de Outubro para participar das celebrações.
Na foto abaixo,temos a chegada da procissão no Porto de Malhada.
Conseguimos identificar:Donaldo com a bandeira da Bahia,Finado Joaquim da Farmácia-In Memorian (atrás de Donaldo),Zé Buchim-fotógrafo(In Memorian),Domingo, pai de Raimundo Saraiva(In Memorian);Tonha de Angêla,Dona Du Carmo...
Data :Final da década de 1980.
Foto do Acervo da Família Cotrim Lima
Depoentes Diretos e Indiretos:Dalva Farias, Magnólia Batista,Alice Costa,Ivone Borges,Taila Guedes,Joselina Pereira,Regina Ferreira, Marlete Guedes,Manoel Chorão,Lucidalva Farias.
Post: Josedalva Farias
Referências:
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